quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Carros que ‘dirigem sozinhos’ estarão à venda em 2020!

- Automóveis assim deverão estar nas lojas até o fim da década - afirmou Dieter Zetsche, presidente da Daimler AG, logo após deixar o banco do carona de um Mercedes-Benz S500 que rodou sem motorista até o meio do estande da marca no Salão de Frankfurt.
Audi, Nissan e BMW também trabalham para pôr carros autônomos nas concessionárias em 2020.
Engenheiros alemães têm mania de perfeição e, por mais que tentem fazer carros à prova de acidentes, ainda esbarram no fator humano. A solução? Deixar que as máquinas estejam no controle a maior parte do tempo.
- O humano não é atento o suficiente para todas as situações. O carro autônomo é um passo adiante - afirma Ralf Herrtwich, diretor de pesquisa e engenharia avançada da Mercedes.
Além de evitar acidentes, os carros robôs reduziriam congestionamentos, melhorando o fluxo do trânsito e mantendo menores distâncias entre um veículo e outro.
Já são comuns em carros europeus pilotos automáticos que usam radares para manter a velocidade escolhida e reduzir sozinhos quando encontram obstáculos à frente. Há também freios automáticos que evitam atropelamentos e colisões, câmeras que leem placas de trânsito e faixas na pista, além de dispositivos que corrigem levemente a direção nas curvas.
Sistemas que “fazem baliza” sem que o motorista toque o volante já estão se tornando comuns em carros na faixa dos R$ 100 mil. E, claro, tem o GPS.
O pulo do gato da Mercedes foi reunir toda essa tecnologia já disponível em carros como o Classe S e fazer os dispositivos conversarem entre si.
- A tecnologia do carro autônomo não está muito longe do que é oferecido hoje. O que fizemos foi adicionar softwares e pôr mais algoritmos - explica Herrtwich.
Em setembro passado, o S500 Intelligent Drive fez uma viagem de 103km entre Mannheim e Pforzheim. É um roteiro com carga histórica: foi entre essas duas cidades alemãs que Bertha Benz (mulher do inventor Karl Benz) realizou a primeira viagem de automóvel da história, há 125 anos.
No trajeto, o carro-robô levou dois tripulantes (que estavam ali para registrar o funcionamento e intervir, se necessário). Foram 50km de rodovias e 53km de centros urbanos, entre vilas e cidades grandes.
A inteligência artificial do carro teve que lidar com situações complexas como sinais de trânsito, pedestres, bondes, bicicletas, veículos na contramão e 18 rotatórias. Deu certo e o S500 chegou ao destino.
- Não basta identificar objetos. É preciso prever seus movimentos. Foi preciso ensinar ao carro a tomar a decisão certa em todas as situações - conta o engenheiro.
Tivemos a chance de conhecer o S500 Intelligent Drive no último Salão de Frankfurt. De perto e por dentro, o protótipo parece um Mercedes comum. Mal se vê onde estão seus oito radares, três câmeras e circuitos extras. A diferença mais perceptível é uma caixa preta colada no para-brisa, atrás do retrovisor (parece uma versão maior do sensor de chuva dos limpadores automáticos).
- Não achamos que o carro deve, necessariamente, ser autônomo. O sistema pode ser usado, por exemplo, quando dirigir não é divertido. O motorista poderia fazer um percurso usual e “ensinar” o carro que, na próxima vez, faria a rota automaticamente - prevê Herrtwich.
Os diretores da marca alemã esperam vender carros com direção autônoma para rodovias em 2020. Depois disso, daqui a uns dez ou 15 anos, lançariam automóveis capazes de rodar automaticamente também em centros urbanos.
- Carros com direção autônoma dependem ainda de alterações na legislação - observou o presidente da Mercedes na apresentação.
É uma questão para os novos tempos: quem responderia em caso de acidente, o motorista ou o fabricante?
Nevada e Flórida, nos EUA, estão entre os poucos lugares que já preveem a existência de carros robôs na legislação. O código de trânsito da Inglaterra também já tem uma cláusula que permite testes de veículos autônomos nas estradas.
É de se prever que o dispositivo comece nos carros de luxo, como o S500, e se popularize com o passar dos anos.
A Nissan, porém, planeja vender carros autônomos com “preços realistas” a seus clientes já em 2020, como anunciou em agosto. Para tanto, constrói uma pista de testes no Japão e trabalha com universidades de ponta dos EUA, como Harvard, Stanford e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
A Volvo e a Audi apresentaram este ano os protótipos de carros que estacionam sozinhos e, a um comando de um aplicativo de smartphone, voltam ao “ponto de encontro”, onde o dono o espera.
Os dois aplicativos funcionam de maneira semelhante: o motorista sai do carro, pega o celular, dá a ordem para o veículo estacionar e pode esquecer do carro. Na hora de ir embora, dá outros cliques no telefone e o carro volta sozinho.
Os dois protótipos, contudo, dependem da estrutura do estacionamento. O da Audi precisa de uma rede de internet no local. Na apresentação de um A7 equipado com o sistema, a empresa instalou wi-fi e sensores a laser na garagem.
Já o “manobrista robô” da Volvo depende de transmissores na estrutura da garagem, e usa sensores para a navegação.
O Google, que testa seus carros autônomos em vias públicas desde 2010, pretende criar uma frota de táxis que dispensam motorista. Para o gigante das buscas na internet, táxis robôs diminuiriam a necessidade de ser ter carro próprio.

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